A Extinção é para sempre

Os Desastres da Guerra

A performance recria a série de gravuras “Os Desastres da Guerra”, de Francisco Goya. Enquanto interpretam as cenas do pintor espanhol, os performers trazem depoimentos reais sobre casos de miséria e violência do estado. Os relatos, transpostos em braile, foram relidos como partituras musicais, que trazem uma sonoridade percussiva para o trabalho.

O trabalho é inspirado na série de gravuras homônimas do espanhol Francisco de Goya. Em 82 imagens, realizadas entre 1810 e 1814, retratou cenas de fome, miséria e violência testemunhadas por ele durante a Guerra Peninsular.

Na criação de Nuno Ramos, as obras de Goya transformam-se em tableaux-vivants, quadros-vivos. Em cena, os performers recriam as imagens do pintor espanhol enquanto interpretam cinco depoimentos sobre casos de miséria e violência do estado brasileiro. São relatos reais de casos de chacina e terror, ocorridos em locais como o Complexo da Maré e a comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.

Soma-se a tudo isso um elemento sonoro: os depoimentos foram transpostos para o braile e, então, relidos como partituras musicais. Assim, as histórias quase impronunciáveis contadas pelo elenco são acompanhadas por sua transposição em braile, projetada nas paredes, e também por sua interpretação musical – uma sonoridade percussiva, tocada ao vivo.

Por fim, entra em cena um ator com deficiência visual, que ajuda a descrever textos e detalhes da performance e representa uma consciência coletiva – da nossa cegueira social.

Os espetáculos/performances foram transmitidos ao vivo nos dias 16, 17 e 18 de julho de 2021.

(Recomendado para maiores de 14 anos)

Criação: Nuno Ramos 

Direção e dramaturgia: Nuno Ramos, Tarina Quelho e Vicente Antunes Ramos 

Performance e Colaboração Criativa: Allyson Amaral, Edgar Jacques, Eliana de Santana, Gabriela Silveira, Igor Caracas, Joy Catharina, Leandro Souza, Rayra Maciel, Renan Proença, Tenca e Vinícius Lordelos

Direção musical: Igor Caracas e Romulo Fróes 

Desenho e operação de luz: Gabriela Miranda e Matheus Brant

Figurino: Valentina Soares

Assistente de figurino: Caio

Direção técnica: André Boll

Direção de palco: Carolina Bucek

Direção de produção: Marisa Riccitelli Sant’ana e Rachel Brumana

Produção executiva: Giovanna Monteiro, Luiza Alves e Paulo Gircys

Execução cenográfica: William Zarella Jr

Assistente técnica e operação de vídeo: Giovanna Kelly

Sonoplastia e Consultoria audiovisual: Rodrigo Gava

Fotos divulgação: Matheus José Maria e Ricardo Ferreira

Direção de filmagem: Pedro Nishi

Steadycam: Daniel Lupo

Assessoria jurídica: José Augusto Vieira de Aquino

Assistência de assessoria jurídica: Paula Malfatti

Camareira: Arieli Marcondes

Cenotécnica: Fernando Albuquerque e José Dahora

Microfonista: Felipe Santana

Catering: GL Catering

Gestão e Produção: Superfície de Eventos

Agradecimentos pela cessão de acervo de figurinos aos grupos e companhias:  Cia Livre, Folias d’Arte, Mescla, Teatro Oficina Uzyna Uzona, Cia Antropofágica

Trechos de depoimentos apresentados neste espetáculo constam originalmente em “À queima roupa”, filme de Theresa Jessouroun; “Um lugar ao sol”, filme de Gabriel Mascaro e nos noticiários Folha de São Paulo e O Globo.

Allyson Amaral – Artista da dança, intérprete, performer e ator. Participou como intérprete-criador nos espetáculos “Pretoperitamar –O Caminho vai dar aqui” (2019) de Anelis Assumpção e Grace Passô, “Lobo” (2018) de Carolina Bianchi, “Filon – O teatro do Mundo” (2016), dirigido por Kenia Dias e Ricardo Garcia, além de outros trabalhos com Key Sawao e Ricardo Iazzetta, Cristian Duarte, Grupo Espanca! e Cia de Danças Lia Rodrigues.

Edgar Jacques – Ator formado pelo Teatro Escola Macunaíma. Escreveu as peças “Um Homem Comum” – transformada em livro em 2019 – e o monólogo “Colibri o ator Cego”. Também integra o elenco do Teatro Cego, projeto que apresenta encenações no escuro total. Além de ter participado dos espetáculos bilíngues “O Rouxinol e a Rosa” e “De Que Cor É a Chuva”. Edgar também escreveu e dirigiu a performance de dança sonora “Só Se Fechar os Olhos”.

Eliana de Santana – Artista da cena, intérprete e coreógrafa, iniciou-se no teatro em 1984. Em 1996 estreia, em parceria com Wellington Duarte, “Tragédia Brasileira”, seu primeiro trabalho autoral de dança, inspirado em texto homônimo de Manuel Bandeira. Segue criando trabalhos que tem no cerne da pesquisa questões como a do sujeito anônimo e são inspirados em temas da literatura brasileira e das artes visuais.

Gabriela Silveira – Cantora, percussionista e compositora, mineira, criada em Florianópolis e radicada em São Paulo. Formada em canto e percussão pelo Conservatório de Tatuí em 2013. Desde então vem construindo uma trajetória musical marcada pela inquietação e pela pluralidade. Já atuou em grupo de samba, MPB e choro, cantou e tocou em espetáculos teatrais, entre outras tantas empreitadas artísticas.

Igor Caracas – Expressa sua musicalidade de diversas formas como compositor, percussionista, baterista, multi-instrumentista, cantor, educador e produtor musical. Músico atuante na cena musical brasileira, lançou “Cada Passo”seu primeiro álbum solo, com canções próprias em 2019. É mestrando e licenciado em Educação Musical pela Universidade de São Paulo (USP) onde desenvolve o projeto “Percussão, Descoberta e Criação”.

Joy Catharina – Atriz, cantora, arte educadora e diretora teatral. Formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André. É co-fundadora do Coletivo Okan e trabalha como atriz pesquisadora desde 2016 junto à Cia. Conta com diversos espetáculos teatrais ao longo da carreira, destacando “Impasse ou isso não é uma peça é um Golpe ” com direção de Cris Rocha e ‘’ContraFluxo‘’ com direção de Patrícia Gifford.

Leandro Souza – Artista da dança, Mestre em Artes da Cena e Bacharel em Dança pela Universidade Estadual de Campinas. Dançou para o Núcleo Entretanto, dirigido por Wellington Duarte, e foi dançarino da E² Cia de Teatro e Dança, dirigida por Eliana de Santana. Atualmente, desenvolve trabalhos próprios, dentre eles, o solo “Sismos e Volts” (prêmio APCA 2018) e a peça coreográfica “Eles Fazem Dança Contemporânea”.

Rayra Maciel – Percussionista e Arte Educadora formada pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul e Ação Educacional Claretiano. Percussionista da cantora Mc tha, banda Manatiana. Participou da trilha sonora de peças teatrais como “Dois a duas” com direção de Erica Montanheiro e Mariah Guedes e “Patética” da Cia Estável de Teatro.

Renan Proença – Músico, percussionista, iniciou os seus estudos em 2009 no conservatório de Tatuí e então, dando continuidade aos estudos, graduou-se bacharel em música pela Universidade de São Paulo. Durante esse período atuou em diversas orquestras com vários nomes do cenário musical brasileiro como Lenine, Zeca Baleiro e Gilberto Gil. Atualmente cursa o Mestrado em performance pela Stony Brook University em Nova York.

Tenca Silva – Atua desde 2011 entre o audiovisual e as artes da cena, exercendo funções de direção, dramaturgia e performance. Tem formação em teatro pela Universidade de São Paulo (CAC/EAD – Escola de Artes Dramáticas) e participa como intérprete de longa-metragens e obras seriadas.

Vinícius Lordelos – Iniciou seus estudos musicais de maneira informal em 1997. Estudou no Instituto de Bateria Vera Figueiredo no ano de 2006 e no Conservatório de Tatuí no ano de 2007. Conta com mais de 15 anos de experiência no ramo didático e atuou como músico free-lancer tocando com importantes nomes da cena musical de cidades como Londrina, Assunção e São Paulo capital.